Estudo de Caso 01

Paciente do sexo masculino, 45 anos de idade, natural de Água Preta – PE, compareceu ao serviço de Infectologia, no setor da DIP (Doenças Infecto-Parasitárias) e Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, com queixa de “ferida no nariz que não cicatrizava”. Na avaliação da história atual da doença, verificou-se que o paciente apresentava uma lesão nasal ulcerada com comprometimento da mucosa do assoalho do nariz, causando obstrução nasal e evidência de infecção secundária caracterizada por uma miíase. O paciente relatou tempo de evolução de 8 meses da lesão nasal com sintomatologia dolorosa. É relatado ainda que foi atendido no posto de saúde de sua cidade, onde foram administradas penicilinas e tetraciclinas, sem resolução. Ao exame físico, o paciente apresentava-se com Estado Geral Regular (EGR), afebril, hidratado e acianótico. Durante o exame loco-regional da face observou-se lesão ulcerada, com bordas elevadas e eritematosas, na região da asa do nariz, além do comprometimento da cartilagem alar, sem alterações no septo.

Diante do quadro do paciente, pergunta-se:

a) Há suspeita de uma parasitose? Em caso positivo, qual o provável agente etiológico?

b) Qual o método mais apropriado para o diagnóstico de certeza dessa parasitose?

c) Uma vez confirmado o diagnóstico, qual o tratamento mais adequado?


Adaptado de: Gomes et al. Mucocutaneous leishmanaisis: a case report (2004). Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, v4, n4, p. 223 - 228.

Respostas

a) Há suspeita de uma parasitose? Em caso positivo, qual o provável agente etiológico? Sim, há suspeita de uma parasitose, leishmaniose mucocutânea. Agente etiológico Leishmania (Viannia) braziliensis.

b) Qual o método mais apropriado para o diagnóstico de certeza dessa parasitose? Reação de Montenegro positiva.

c) Uma vez confirmado o diagnóstico, qual o tratamento mais adequado? O tratamento mais adequado seria a administração de compostos como Glucantime.