Estudo de Caso 29

Grupo formado por uma jovem mãe e seus quatro filhos: uma menina de quatro anos, um menino de três e dois gêmeos de 2 anos e meio. A mãe relata que há seis semanas tinha notado que tinha "caranguejos" nos pelos pubianos. Ela tentou vários tratamentos em casa, sem sucesso, conseguindo curá-lo apenas uma semana atrás, depois de aplicação de compressas, querosene e remoção dos pelos pubianos, como aconselhado por uma amiga. Supôs que se infestou por contato sexual casual há seis semanas, pois o marido a abandonou quando os gêmeos nasceram. Ela foi ao médico porque notou que os meninos parecem ter se infestado no cabelo, sobrancelhas e pestanas e supõe que tenham adquirido dela. Relata que vive pobremente em uma casa com um só cômodo e duas camas compartilhadas com as crianças. Solicitou que o médico verificasse a sua suspeita e indicasse o tratamento adequado. Qual seria o seu diagnóstico e o procedimento a seguir?

Respostas

Qual seria o seu diagnóstico e o procedimento a seguir? Trata-se de ftirose, pois o agente etiológico dessa parasitose um pequeno piolho, Pthirus pubis, vive nos pelos pubianos e é adquirido principalmente por contato sexual (doença sexualmente transmissível). A mãe adquiriu por contato sexual e a transmissão para as crianças ocorreu por contato nas camas compartilhadas com os filhos. O procedimento a seguir seria o tratamento da mãe com pós inertes contendo inseticidas [DDT em pó a 10% ou loções e xampus de benzoato de benzila (Acarsan)] na região pubiana. Atualmente são utilizados tambérm piretroides sintéticos (deltametrina, permetrina) pois têm pouca absorção pela pele. Deve-se ainda lembrar que o tratamento tem ser repetido 2 a 3 vezes com intervalo de uma semana, pois os ovos do P. pubis são resistentes. Além disso, deve ser feito o despiolhamento das roupas íntimas e de cama pela lavagem e fervura dessas roupas. É importante lembrar que embora a localização do P. pubis seja mais frequente nos pelos pubianos e no períneo, ele pode também ser encontrado nas sobrancelhas e nas pestanas como ocorreu com as crianças relatadas nesse caso.